Querela dos Universais
No século XVIII, as obras de Aristóteles foram traduzidas para o latim e, como consequência, suas ideias começaram a ser questionadas. O seu conceito de “universal”, ou seja, a essência comum a todas as coisas foi o maior alvo. Por exemplo, apesar de João e Pedro serem seres diferentes há algo comum entre os dois que os torna semelhantes: o fato de serem humanos. Porém, há algo que também assemelha João e Pedro com ,por exemplo, a um cachorro: todos em questão são animais, seres vivos. Tal pensamento deu repercussão a Querela dos Universais, ou seja, a discussão sobre a teoria aristotélica. A grande questão é que além dos objetos e coisas sensíveis, existem conceitos mais abstratos, como o Amor, o Ódio, que não podem ser classificados e representados através dos sentidos. Sua existência se dá apenas por conceitos. Será que existe um conceito concreto que possa definir tais emoções e sentimentos abstratos? O grande problema de tais termos a serem tratados é que, sem uma experiência sensível, é quase impossível afirmar sua existência, que se torna facilmente questionada. A questão metafísica sobre a existência ou não de algum tipo de universal teve 3 soluções e respostas principais: a conceptualista, realista e nominalista. Os conceptualistas (ou realistas moderados), que tem como base Pedro Abelardo, afirmam que os universais são ideias abstratas, que não são entidades reais e, porém, não são meras “etiquetas” para classificar entidades concretas. Os conceitos universais representam algo que realmente existe nos seres individuais, são ideias formadas a partir de dados particulares.Esta conceção defende que os universais não preexistem às coisas, mas que expressam uma natureza real comum a todos os seres que têm uma determinada característica comum. Podemos considerá-los também “realistas moderados” por seus princípios concordarem parcialmente com o realismo e o nominalismo. Os realistas inspiram-se em Platão e acreditam