Quem tem um olho é rei
Relembrando o conceito de cultura aprendido nos bancos escolares como “o conjunto de formas de expressão do homem: o sentir, o agir, o pensar, o fazer, bem como as relações entre os seres humanos e destes com o meio ambiente”, poderia afirmar que o acesso a cultura é facultado a todo ser humano e que o turismo cultural é a forma de turismo mais praticada pela sociedade na atualidade. Estaria eu incorrendo a algum erro?
Infelizmente sim. Turismo cultural é aquele em que o turista se desloca exclusivamente com a finalidade de vivenciar as situações que são peculiares a uma determinada cultura. Segundo uma pesquisa da UNESCO em 2008 sobre as associações que as pessoas faziam sobre a palavra Turismo, 42,8% associaram a palavra descanso, 25,7% associaram a palavra lazer/diversão e apenas 3,2% associaram a palavra aprendizado/conhecimento.
Baseada nessa pesquisa que foi realizada na Europa, penso nos resultados aqui no Brasil, infelizmente, o turismo cultural talvez não atingiria 1%. Digo isso porque não temos a cultura da cultura, como diria o autor, somo meros turistas adeptos do voyeurismo cultural, “facebookeanos” e “instagramneanos” mais interessados em registrar as fotos que saber exatamente o que estamos documentando. Muitas vezes invadindo a privacidade das pessoas, interferindo em suas rotinas como no caso citado pelo autor da senhora sentada na igreja fazendo suas preces. Tem de haver um compromisso bilateral no turismo cultural, de um lado dos turistas que respeitem as comunidades visitadas, preservando seu patrimônio e as comunidades que se preparem para receber esse turista proporcionando experiências positivas a esses visitantes, oportunizando uma harmônica convivência com benefícios para ambos.
Mas antes de se incentivar o turismo cultural, há de se criar políticas públicas que facilitem o acesso da população de baixa renda à cultura. Que a cultura caminhe livremente por entre as vielas sem pavimentação,