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No início de 2014 a Organização Internacional do Trabalho (OIT) anunciou a alta do desemprego entre os jovens em todo o mundo. No Brasil, o índice representa 13,7% da população entre 15 e 24 anos, mais que o dobro da taxa de desemprego total do país. Ao mesmo tempo, setores como o comércio, a prestação de serviços e a indústria têm sido impactados pela falta de profissionais para preencher milhares de vagas que, muitas vezes, exigem apenas qualificações básicas. Essa equação não fecha: sobram vagas e sobram pessoas. O que falta então?
Apesar de sermos atualmente a 7ª maior economia do mundo, temos índices educacionais preocupantes, ficando próximo às últimas colocações nos rankings de leitura, matemática e ciências do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA). Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, dedicamos em média 7,2 anos para a escola, e o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) mostrou que temos apenas 26% da população plenamente alfabetizada. A comparação entre os dados econômicos e os educacionais nos dá o caminho: o País avança rapidamente, porém o investimento nas pessoas é menor, lento e gradual.
O crescimento cada vez maior de cursos de capacitação, oferecidos tanto pelo Setor Público quanto pelo Terceiro Setor, mostra que existem possibilidades de formação para esses jovens. O Governo Federal criou o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec), o setor privado conta com o Sistema S e muitas ONGs atuam com a formação profissionalizante. Sabemos que os cursos preparatórios não solucionam o problema da falta de educação básica, que apenas eles não são o suficiente para a construção de uma carreira e que é necessário que o aluno continue se aperfeiçoando para crescer profissionalmente. Mas é inegável que eles são um diferencial na busca por emprego quando se está começando, e mesmo assim as taxas de evasão em alguns cursos passam de 50%, segundo o Ministério da Educação.
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