Quem herda não furta
Ao discorrer sobre a primeira base, o autor afirma que ela se refere ao estamento burocrático português, composto por dignitários da corte, amigos do rei, funcionários e fidalgos que não tinham terra, mas sim o prestígio da proximidade do poder. Participar desse estamento burocrático proporcionava ao indivíduo enobrecimento e regalias. Inevitavelmente, nossa cultura burocrática e administrativa herdou essa característica, a qual se instalou solidamente, levando a uma profunda dependência psíquica da sociedade em relação ao Estado.
A segunda base é sobre o imediatismo, o desinteresse pelo longo prazo e o descaso de Portugal para com o Brasil já que nosso país era visto primeiramente como apenas uma fonte de riquezas naturais, em especial pau-brasil, que deveriam ser transportadas para Portugal e nada mais poderia ser feito neste território. Com o tempo e com a perda das Índias, apenas retirar o pau-brasil era insuficiente e formaram-se as capitanias hereditárias para que seus donatários, que eram cortesãos e ex-combatentes das Índias, extraíssem o máximo de riqueza possível. Em nenhum desses momentos existiu a natureza colonizadora para construir uma nação, apenas uma natureza predatória e extrativista. As consequências disso foram que os brasileiros não têm paciência ou persistência, se entusiasmam apenas com aquilo que rapidamente alcançará seus objetivos e resultados.
A improvisação, terceira base citada, é o método