Quem disse que s eu pode fazer Parte escrita
Neste tópico, veremos que algo a respeito da possibilidade de termos os pronomes me e mim na posição de sujeito. Exemplos:
- Deixa-me ver isso!
- Por que você não foi me ver jogar?
- Eu não gosto que me mandem fazer esse tipo de coisa.
Irene ressalta que “nos enunciados que contêm os verbos mandar, fazer, sentir, deixar, ouvir e ver seguidos de infinitivo, a gramática normativa exige que se use um pronome oblíquo para ocupar o lugar de sujeito do infinitivo.”
Porém, podemos subentender que, nas orações, o pronome-sujeito de 1º pessoa é eu, sendo assim a forma me é usada apenas a função de objeto. Isso a princípio pode nos confundir, pois, como regras contraditórias podem ser aceitas? Nesses casos, os verbos mandar, fazer, sentir, deixar, ouvir e ver pedem um objeto direto, enquanto o infinitivo pede um sujeito. A palavra que vier a ocupar a vaga vai ter uma dupla função sintática: objeto direto do primeiro verbo e sujeito do segundo.
O uso do pronome me em frases como “deixa-me ver isso!” é por muitos considerado como arcaico e tradicionalista, e se analisarmos bem, essa afirmação pode ter sentido, visto que o nosso português deriva do latim, e obviamente, esse pronome também, logo, nossas regras gramaticais exigem o uso de me em casos assim. Mas convenhamos que falar “deixa eu ver isso!” soa muito mais agradável a nós, considerando que o ‘português brasileiro’ cada vez mais se afasta do tradicionalismo que o português falado em Portugal carrega das origens do latim.
Pesquisas indicam uma contradição entre o nosso português e o português falado em Portugal quanto ao tratamento ao sujeito nas orações: enquanto aqui nós ‘apagamos’ o objeto e damos enfoque ao objeto, por lá, é totalmente ao contrário. Vejamos este exemplo citado na obra:
“Quem já foi ver o filme novo do Almodóvar?”
Temos as possíveis respostas, de um brasileiro (B) e de um português(P), respectivamente:
B. Eu vi ontem.
P. Vi-o ontem.
E é por conta desse