Queda de um Anjo

A queda de um anjo
Calisto Elói Morgado Agra de Freimas, vivia em Caçarelhos com sua mulher, D. Teodora de Figueiroa, e com os seus livros clássicos, cuja leitura é o seu entretenimento preferido.
Era um homem que defendia principalmente o bom uso da língua portuguesa e combate o luxo e os teatros, era também um homem ingénuo, puro e sincero, tendo sido eleito deputado, indo assim para Lisboa, disposto a lutar contra a corrupção dos costumes.
Ao chegar a Lisboa, parecia que estava em outra terra, bem diferente daquela descrita nos seus livros. Lisboa estava em decadência (em ruínas) e até a água era insalubre (era prejudicial a saúde).
Os seus discursos na Câmara eram sempre ridicularizados pelos colegas frente aquele homem franzino (fino, delicado), com sua casaca, barriga e corcunda causada pela leitura exagerada.
Seus discursos eram contra os luxos e os gastos que conduziam o país à pobreza, um dia em casa de um amigo assistiu a um caso de adultério e foi graças à sua intervenção que a paz foi restaurada, mas foi aí que conheceu Adelaide pela qual se apaixonou, o que causou uma grande mudança nas ideias e na forma de agir de Calisto, e a única solução encontrada pelo pai da moça foi impedir que eles se vissem.
Depois este acontecimento, na Câmara, o seu discurso contra a rigidez e desumanidade no trato de mulheres e presos, parecia que já tinha esquecido Adelaide e a sua facada no matrimónio.
Depois de jantar na casa de uma vizinha, Calisto ficou a conhecer um nome, Ifigênia e esta apareceria alguns dias depois, uma prima, vinda do Brasil.
O amor despontou mais uma vez em seu coração e desta vez Calisto cobriu sua amada de luxo e riqueza, que a condição de fidalgo lhe dava.
Mudou seus costumes e passou a fumar charuto e vestir-se com elegância, cuidar da aparência.
Em três meses de Legislatura mudou tanto em forma e ação, que Brás, vindo de Miranda não lhe reconheceu, mas o viu com Ifigênia e levou a notícia a Miranda.
Ao saber disso,