Que tesouros esconde o mec
QUE TESOUROS ESCONDE O MEC?
Há mais ou menos três décadas quando iniciei minha atividade profissional, perplexa observava o movimento dos dirigentes educacionais ao se prepararem para ir ao MEC. Sem exagero, o deslocamento ao órgão máximo da educação tinha ares de uma viagem à Antártica: exótica, custosa e misteriosa. Com o passar dos anos, por força da profissão, passei eu mesma a frequentar tribunais, ministérios e todo o tipo de repartição pública, inclusive, em datas mais recentes, o próprio MEC. Só então pude compreender – por amarga experiência – que os dirigentes, de ontem de hoje, não exageram: acessar quaisquer dos setores do MEC é uma epopeia. Em se tratando de serviço público, já se sabe que o Brasil refinou ao extremo a inversão da lógica: o cidadão/contribuinte é sempre culpado até que prove o contrário. Também não é segredo que a cada dia se aprimora mais a burocracia. Pouco adiantou o excêntrico “Ministério da Desburocratização” implantado por Presidente Militar. Suspeita-se que tal Ministério tenha falecido da própria doença que tentou extirpar. O fato, porém, é que, neste quesito, o MEC pode ser considerado o campeão. Já na Portaria, há um formigueiro de gente para controlar o ingresso. Ali, o cidadão é obrigado a “confessar” o que pretende, aonde quer ir, o número de eventual processo que pretende ver e outros tantos absurdos inenarráveis. Tudo isto se faz através de exames de credenciais, consultas aos setores e por aí afora, até que não raro, uma voz metálica afirma ao telefone que você não pode subir. Depois de muitos argumentos e muita irritação, consegue-se autorização para ingressar nas dependências do MEC. Acabou? Claro que não! Há um detector de metais, onde se esbarra com no mínimo quatro seguranças, um deles armado. Se o pobre cidadão porta um notebook ou um tablet (pouco mais que telefone celular) é obrigado a retornar ao balcão e registrar o equipamento, para o qual é emitida uma etiqueta. Por fim, quando se consegue