quanto vale ou por quilo
“O que vale é ter liberdade para consumir, essa é a verdadeira funcionalidade da democracia”. A frase proferida pelo ator Lázaro Ramos – em “Quanto vale ou é por quilo?” traz uma entre as muitas questões apresentadas pelo cineasta, que são fundamentais para aqueles que desejam refletir mais seriamente sobre desigualdade, direitos e capitalismo na atualidade.
Assim como em “Cronicamente inviável”, Bianchi apresenta a realidade de forma tão crua e chocante que novamente a crítica o tem rotulado como niilista ou catastrofista, rótulos que tanto limitam a visão de realidades de fato existentes, quanto revelam o desejo de continuar mantendo-as recalcadas. Bianchi parece nos dizer que é impossível ficar diante ou atento a essa realidade de disparidades sem o choque ou o constrangimento, e que talvez essas sensações sejam de alguma forma produtivas para tirar algumas pessoas de um mundo mágico, recheado de slogans em prol da solidariedade e da responsabilidade social.
O filme não é moralista, por isso não toma partido do certo e do errado. O filme não apresenta perspectiva, a revanche está no fato de o explorado querer que o explorador também sofra. Mostra a lei sempre a favor dos ricos e poderosos. O seqüestro