Quando usar eu ou mim
“Sempre fico em dúvida sobre ‘eu’ e ‘mim’. Quando usar uma ou outra palavra? Saudade de eu ou saudade de mim? Existe alguma regra?”
“Saudade de mim”. Sim, existe uma regra básica e ela, como diz o ex-árbitro Arnaldo César Coelho, é clara, embora comece a se complicar nos casos particulares que o uso consagra a partir daí. Para expô-la com certa grosseria: eu é sujeito, mim é objeto.
Convém explicar melhor. “Eu” é chamado pelos gramáticos de pronome pessoal reto – como tu (e, na prática, também você, que é considerado pronome de tratamento), ele, nós, vós, eles. O que caracteriza os pronomes retos é o fato de serem usados basicamente no papel de sujeito (e mais raramente no de predicativo do sujeito). Na maior parte dos casos, como neste que Carlos Alberto apresenta, o pronome é reto quando existe um verbo cuja ação seja comandada por ele.
Exemplo: “Eu sinto saudade de ti”. O verbo é sentir e quem sente sou eu.
Se o pronome, ao contrário, sofre a ação do verbo – em outras palavras, quando é empregado como complemento, no papel de objeto direto ou indireto –, usa-se a forma oblíqua em vez da reta. No caso da primeira pessoa do singular, emprega-se “mim”, que é chamado de pronome pessoal oblíquo tônico – ou “me”, o oblíquo átono, mas este escapa ao âmbito desta consulta. Outros oblíquos tônicos são ti, si ou ele, nós, vós, si ou eles (repare que alguns coincidem com os retos).
Vamos ao exemplo: “Tu sentes saudade de mim”. O verbo é sentir, mas quem sente não sou eu – sou apenas parte do objeto desse sentir. É a posição do pronome em relação ao verbo que define tudo.
Eis por que, na norma culta, se diz “para eu fazer” e não “para mim fazer” – erro bastante comum, sobretudo na linguagem oral. O pronome neste caso é sujeito (do verbo fazer) e deve ser reto.
Para mim ou para eu
As duas hipóteses existem na língua portuguesa e estão corretas. Contudo, devem ser usadas em situações diferentes. A expressão para eu deverá ser usada