Quando os Mouros Invadiram a Europa

Muito comum na história da humanidade em geral, as chamadas negligências conscientes são usadas sempre que os envolvidos no processo histórico se sentem coagidos, injustiçados ou envergonhados do passado real. É algo como reinventar, editar ou simplesmente tentar apagar permanentemente fatos ocorridos.
Não diferente, foi o processo de ocupação da Península Ibérica pelos mouros. O povo islâmico, muito ao contrário do que somos levados a pensar, trouxe consigo grandes conhecimentos e técnicas revolucionárias em diversos campos da ciência, arquitetura e das artes, durante a formação da Al-Andalus (Terra dos Vândalos).
Em alguns episódios como o da chegada dos mouros em Recópolis, se fala de uma tomada drástica e violenta da parte dos “invasores” que se dá como motivo da cadência da cidade, contudo registros afirmam que, na verdade, a cidade se encontrava em crise antes mesmo de eles chegarem. Com isso, o papel dos mouros foi o de protetores, uma vez que, recebendo-os de forma relativamente amistosa, os Visigodos dividiram suas terras pacificamente, em troca dessa proteção.
Há também registros de viajantes deslumbrados com a beleza e desenvolvimento avançado da cidade de Córdoba, reestruturada pelo príncipe Abd Al-Rahman no século VIII, na época com 19 anos, fugido de um conflito no qual a família foi assassinada. Abd Al-Rahman, levou para Córdoba sistemas eficazes de irrigação e escoamento de esgoto, transformando a paisagem arruinada e suja em uma terra fecunda, povoada de frutas jamais vistas na Europa. Seu palácio era um ícone de poder, exalava uma beleza arquitetônica baseada em proporções exatas e era rico em materiais preciosos.
Os mouros foram responsáveis, também por grandes evoluções na medicina, sobretudo, com o compêndio médico desenvolvido pelo famoso médico Abulcasis. Além disso, eles resgataram estudos da Grécia Antiga ignorados pela Europa durante muito tempo, saindo muito na frente, por exemplo, no estudo dos astros.
Desenvolveram também a fabricação