Quando Nietzsche Chorou
Nesse livro, Yalom narra o nascimento fictício da psicanálise. O Doutor Josef Breuer é chamado por Lou Salomé para tratar de seu amigo atormentado Friedrich Nietzsche. Conseguindo se aproximar do filósofo, que já tentara vários médicos, Breuer vai aos poucos tentando ganhar sua confiança; mas não é bem sucedido.
Então em uma atitude desesperada, propõe a Nietzsche que os papéis sejam invertidos; ele será o paciente e Nietzsche o médico. O resultado é surpreendente.
Breuer tentará encontrar na filosofia de Nietzsche a solução para conseguir se livrar da fixação sexual por uma paciente. O Doutor Breuer é um paciente desesperado que busca a solução para sua falta de crenças e, aflito, diz a Nietzsche que não sabe como e por que viver.
O filósofo não dará a resposta que Breuer precisa, e ele terá que em um processo de introspecção que Yalom narra com maestria, buscar seu processo de cura.
Esse seria o futuro da psicanálise: o próprio paciente expressando seus sentimentos através da fala encontra a salvação- pois o filósofo existencialista Kierkegaard já havia dito que a palavra é o que salva. Assim se livrando da angústia que mantinha em silêncio, o paciente encontra ele mesmo a solução para os seus problemas.
Nietzsche confronta Breuer com sua doutrina do eterno retorno. Cada ação não realizada volta à sua consciência por toda a eternidade. Essa é uma questão que atormenta muitos pacientes. Será que minha vida poderia ter sido melhor ou diferente? Nietzsche já havia dado a resposta em “Assim falou Zaratustra”: ” O que importa que você não tenha sido feliz? Quantas coisas são possíveis ainda!”
Então quais são as opções para Breuer? Viver a paixão com sua paciente violando assim a ética médica, ou permanecer com o amor de sua mulher e filhos? Com a ajuda da psicanálise, Breuer encontrará a resposta.
Yalom escreveu um livro convincente e que faz o leitor