quando Nietzsche choro
Já no primeiro contato é iniciado um processo transferencial entre os dois. Breuer possuía conteúdos inconscientes, que vieram à tona ao ser iniciado o tratamento. Iniciou o processo se colocando no lugar do paciente e dando ênfase na cura pela fala. Esta se baseava no ato do paciente deitar-se no divã, listando suas queixas. Pode ser citado como exemplo o caso “Ana O”. Freud relata: “Descobrimos com efeito, no início para nossa máxima surpresa, que os sintomas histéricos individuais desapareciam em seguida e sem retornar quando se conseguia despertar claramente a lembrança do processo ocasionador, convocando ao mesmo tempo o afeto que o acompanha, e quando o enfermo descrevia esse processo da maneira mais detalhada possível e expressava em palavras o afeto”. A partir do caso de Bertha “Ana O”, Freud começa a exigir que suas pacientes histéricas se esforcem para lembrar as origens de seus sintomas e descrever com riqueza de detalhes cada uma delas.
No andamento do tratamento Breuer “inverteu papéis”, permitindo que Nietzsche o atendesse com o objetivo de tratá-lo listando suas queixas de acordo com as próprias queixas do paciente. “A melhor forma de ajudar Nietzsche é deixar me ajudar”, relata Breuer. Com isso Nietzsche mesmo remexia o “lixo” da sua própria mente. Pode ser percebidas também, nesses relatos, a transferência e contratransferência presentes. Breuer citava que sua missão era fazer de Nietzsche a pessoa que ele realmente era. Sugeriu que o tratamento fosse gratuito, fez a proposta de troca profissional por um mês. Na sua fala percebe-se o processo transferencial e contransferencial: “Parte de mim tem esperança