Quando “bom dia” virou “eu te amo”: uma análise dos relacionamentos contemporâneos pela ótica da pós-modernidade.
PÓS-MODERNIDADE.
Introdução
Muito tem-se falado a respeito da rapidez dos “novos tempos”, sobre o quanto “tudo tem passado rápido” e também muito se critica o modo como a expressão “eu te amo” vem sendo colocada hoje por algumas pessoas como quase um sinônimo de “bom dia”. Quem sabe as pessoas que criticam essas características dos tempos modernos ou tempos líquidos como diria Bauman (2007), nem ao menos percebem o quanto essas duas coisas estão intrinsecamente ligadas. Para entender como se deu essa mudança nas relações afetivas, tem-se primeiramente que conceituar o momento em que essas constroem-se, chamado por vários teóricos também de pós-modernidade ou modernidade líquida. Jameson (1985) o conceitua e da outros adjetivos ao destacar que:
Ele (o pós-modernismo) não é apenas mais um termo para a descrição de determinado estilo. É também, pelo menos no emprego que faço dele, um conceito de periodização cuja principal função é correlacionar a emergência de novos traços formais na vida cultural com a emergência de um novo tipo de vida social e de uma nova ordem econômica – chamada, freqüente e eufemisticamente, modernização, sociedade pós-industrial ou sociedade de consumo, sociedade dos mídia ou do espetáculo, ou capitalismo multinacional (JAMESON, 1985, p.2).
A idéia de pós-modernidade se pauta na rapidez, no descarte rápido e fugaz, antes que o objeto, deixe de trazer aquela satisfação inicial. Baseia-se na rotatividade e não na manutenção dos produtos (BAUMAM, 2003). Para ele, ao aplicar essa mesma dinâmica o chamado “homo consumens” evita as possíveis conseqüências indesejadas que um relacionamento mais prolongado pode trazer, assim como suas angustias, conforme destaca o autor ao enfatizar que: “aqueles que não precisam se agarrar aos bens por muito tempo, e de certo não por tempo suficiente para que o tédio se instale, são os bem