Qualificação de gestores do sus cap 1
Segundo nos relata Moacyr Scliar, em História do Conceito de Saúde (Rev. Saúde Coletiva, Rio de
Janeiro, 17(1):29-41, 2007), há muitos anos, o simples desejo de fuga manifestado por um escravo poderia ser rotulado e “tratado” como doença (inclusive com denominação própria - a drapetomania), assim como a masturbação e outras práticas que a sociedade da época considerava pouco usuais, segundo os conceitos morais vigentes. Em tempos mais recentes, chupar manga e beber leite em seguida poderia ser fonte de sérios problemas de saúde, até mesmo morte. Isso vem demonstrar quer “o conceito de saúde reflete a conjuntura social, econômica, política e cultural. Ou seja, saúde não representa a mesma coisa para todas as pessoas. Este conceito dependerá da época, do lugar, da classe social, de valores individuais, de concepções científicas, religiosas, filosóficas.”
Através deste estudo, observamos que em todos os modelos descritivos do processo saúde doença ao longo da história, sempre esteve presente a busca da solução para o desequilíbrio do organismo. E a cada período histórico chegava-se a uma conclusão um pouco mais abrangente. Daí a necessidade do conhecimento histórico de cada modelo estudado ao longo das décadas, observando e analisando suas vantagens e desvantagens, para que possamos chegar a uma conclusão mais moderna do processo saúde-doença.
No quadro abaixo apresentamos uma síntese dos diferentes modelos explicativos do processo saúde- doença a partir de análise da equipe e de pesquisa na bibliografia informada em seguida:
|MODELOS |SÍNTESE/CARACTERIZAÇÃO, VANTAGENS e DESVANTAGENS |
|Mágico-religioso ou |Parte, do princípio de que a doença resulta da ação de forças alheias ao organismo que neste se introduzem por causa do |