qualidade
São Paulo: situação atual e recomendações
Andréa Rossi Scalco
José Carlos de Toledo
Na década de 1990, a produção brasileira de leite cresceu a uma taxa média de 4,29% ao ano (Revista Leite Brasil, 2001). No mesmo período, a produção informal de produtos lácteos cresceu 50% e a formal, 16% (Revista Indústria de Laticínios, 1998). Estima-se que desde
1997 a produção informal de leite tenha crescido entre 28% e 29%
(Farina et al., 2000). Esse é um dado preocupante, pois, com o aumento da produção informal de leite, cresce o consumo pelas classes de baixa renda de produtos clandestinos não fiscalizados pelo governo municipal, estadual ou federal. Essa situação indica que a população brasileira está, cada vez mais, consumindo produtos de baixa qualidade, que podem comprometer a sua saúde e fazer proliferar doenças como a tuberculose, por exemplo. Além disso, esse quadro confere impacto negativo à modernização e à competitividade do setor, já que provoca um comportamento oportunista e a ruptura de relações contratuais estáveis (Farina et al., 2000).
Entre os anos de 1985 e 1995, os laticínios foram o segmento da indústria de alimentos que mais evoluiu no faturamento (Vilela et al.,
1998), exercendo, assim, um importante papel na economia brasileira.
No entanto, apesar do seu enorme potencial, esse setor está sendo ameaçado por produtos originários dos países que compõem o Mercado Comum dos Sul (Mercosul), com custo de produção de leite mais baixo, e de países europeus, com qualidade competitiva e altas taxas de subsídios.
Dessa forma, a demanda por qualidade passa a ser maior, já que a concorrência aumentará significativamente.
A competitividade e a sobrevivência dos laticínios brasileiros estão ligadas à sua gestão da qualidade. A busca incessante pela melhoria da qualidade do produto tanto no que diz respeito à segurança do alimento (alimentos que não comprometam a saúde do consumidor) quanto à