Qualidade Friboi e Açogues
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Quem não está cansado da pergunta: “É Friboi?” Um ator de renome e uma marca forte no mercado da carne conseguiram fixar a imagem e o nome através da propaganda exaustiva na mídia. Sim, carne tem que ser inspecionada, mas não TEM que ser Friboi. Por atuar na área de higiene e controle de qualidade da carne, fico feliz pela divulgação da inspeção, porém, a qualidade de uma carne vai muito além de uma marca. Diferentemente de um tênis bom, que você compra e logo usa, uma carne, antes de chegar ao cliente final, costuma ser manipulada, fracionada, processada.A carne pode vir do melhor gado, da melhor fazenda, do melhor frigorífico, mas se no estabelecimento onde ela for manipulada isso não for feito da forma adequada, todo o trabalho foi comprometido. A qualidade vai “from farm to table” (da fazenda à mesa). Todos os processos devem seguir rigoroso controle, o que inclui a compra, o transporte, a conservação e a manipulação pelo consumidor final.
Os açougues devem ter controle de qualidade, treinamento e orientação constante, para que haja garantia da qualidade. E quem está disposto a pagar por isso? Infelizmente, muitos estabelecimentos vêem a inspeção veterinária como algo oneroso, que pode travar a geração de lucro, quando, na verdade, é muito pelo contrário.
Além de nós, veterinários, buscarmos a qualidade e a segurança daquele alimento, buscamos formas de otimizar a produção, diminuir a quebra (perda), contatar fornecedores e acompanhar os processos.
Se o açougue X já possui fama e sucesso, com o auxílio de um técnico, o proprietário poderia ter dois ou três açougues de fama e sucesso.
As pessoas vão a um churrasco e comem espetos e lingüiças sem questionarem a procedência da carne. Questionam a marca da cerveja, mas não da carne, que possui implicações muito mais relevantes para a saúde...
Dia desses estraguei um jantar em família num restaurante, pela procedência da carne. Quando eu soube que vinha do açougue Y, não quis comer. Comi batata frita.