Qualidade de Vida

Resenha Crítica – Livro “Um antropólogo em Marte” – TEXTO: VER E NÃO VER

Virgil com 50 anos era praticamente cego desde sua infância. Tinha densas cataratas e também fora diagnosticado como portador de retinite pigmentosa, uma doença hereditária que devora a retina vagarosa, porém implacavelmente. Sua noiva, Amy, entretanto, cujo diabetes exigia exames regulares dos olhos, levara-o recentemente a seu oftalmologista, o Dr. Scott Hamlin, que lhes dera novas esperanças. Amy sua noiva tinha um enorme desejo que ele fizesse uma cirurgia de catarata para que no dia do casamento pudesse ver tudo que lhe acontecia. O Dr. Hamlin havia concordado em operá-lo, e a catarata do olho direito fora removida quinze dias antes. Milagrosamente, a operação foi bem-sucedida. Amy, iniciou um diário no dia seguinte ao da operação escrevendo dele o dia em que os curativos foram removidos, na primeira página: “Virgil pode ver , todo mundo no hospital em lágrimas, primeira vez que Virgil enxerga em quarenta anos. A família dele excitada, chorando, não podem acreditar. O milagre da vista restaurada inacreditável”. Mas no dia seguinte, ela notou alguns problemas pois ele se via tentando se adaptar à visão, é difícil passar da cegueira à visão, tem que pensar mais depressa, ainda não era capaz de confiar na visão. Como um bebê aprendendo a ver, tudo é novo, excitante, amedrontador, está incerto sobre o que significava ver.Um dos maiores conflitos de Virgil, como em todos os que acabam de recobrar a visão, era a incomoda relação entre tato e visão,sem saber quando tocar ou olhar e isso era obvio em Virgil desde o dia da operação. Uma pessoa que passa 50 anos sem enxergar, cria sua própria visão de mundo e para ele era muito complicado ver algo como um todo, e via sim coisas fragmentadas, por partes. Os processos perceptivos-cognitivos, enquanto fisiológicos, também são pessoais , não se trata de um mundo que a pessoa percebe e constrói, mas de seu próprio mundo, levam a, estão ligados a,