Qualidade de vida no trabalho
2.1 Origem
A Revolução Industrial desencadeou mudanças na forma de produzir e de viver das pessoas, de seu adoecer e morrer, dando novo impulso à Medicina do Trabalho e a qualidade de vida dos empregados e seus familiares. Na Inglaterra do século XVIII era considerado normal crianças de 7 a 11 anos trabalharem como aprendizes em turnos de 15 horas.
Em 1700 o médico italiano Bernardino Ramazzini, considerado o Pai da Medicina do Trabalho, publicou o livro “As Doenças dos Trabalhadores” onde relacionou 54 profissões e as doenças que causam nos trabalhadores. Na Suíça foram construídas em 1870 as primeiras colônias de férias com o objetivo de oferecer melhores condições de vida para o proletariado e suas famílias.
O direito ao descanso semanal, às férias remuneradas e a jornada de 8 horas foram conquistadas após intensa luta sindical. Em 1920, 17% da mão-de-obra inglesa já tinha férias remuneradas e em 1936 esse direito foi legalizado na França estendendo-se aos outros países europeus.
Em 1927, na Itália fascista, é promulgada a “Carta del Lavoro”, marco nas relações trabalhistas, propondo: aperfeiçoamento do seguro acidente; melhoria e extensão do seguro maternidade; seguro das doenças profissionais e da tuberculose como encaminhamento ao seguro geral contra todas as doenças; aperfeiçoamento do seguro contra o desemprego involuntário; adoção de formas especiais de seguridade para jovens trabalhadores.” (Artigo XXVII)
Com fins ideológicos, Mussolini criou o “Dopolavoro” (depois do trabalho) programa que educava os trabalhadores por meio de torneios esportivos e excursões ao mar Adriático; Hitler organizava férias para operários nos Alpes bávaros e Stálin levava os trabalhadores ao Leste Europeu para temporadas de lazer. Surgia o embrião dos Programas QVT com base nas medidas profiláticas, eugênicas e higienistas que são os alicerces sanitaristas dos regimes totalitários. A partir