Qualidade de vida no trabalho
O conceito de qualidade de vida no trabalho tem sido avaliado, questionado e consolidado nos últimos anos. Qualidade de vida tem se firmado não como um modismo passageiro, mas um processo que consolida a busca do desenvolvimento humano e organizacional. O conceito de QVT é abrangente e por isso é importante contextualizá-lo quanto ao enfoque e domínios. Essa preocupação tem fundamento uma vez que certas atividades empresariais atribuídas ao título de programas de QVT, muitas vezes, são ações e iniciativas que não trazem em si o valor do bem-estar organizacional ou pessoal com maior dificuldade de entregar sustentar resultados relativos ao que as ações se propõem.
Richard Walton (1975) como uns dos pesquisadores pioneiros na sistematização dos critérios e conceitos de QVT definiu a QVT como algo além dos objetivos da legislação trabalhista. Surgiu no começo do século XX, com a regulamentação do trabalho de menores, da jornada de trabalho e descanso semanal e das indenizações por acidentes de trabalho. Fernandes (1996) define QVT como a gestão dinâmica e contingencial de fatores físicos, tecnológicos e sociopsicológicos que afetam a cultura e renovam os climas organizacionais, refletindo-se no bem-estar do trabalhador e na produtividade das empresas.
O conceito engloba, além de atos legislativos que protegem o trabalhador, o atendimento a necessidades e aspirações humanas calcadas na ideia de humanização do trabalho e na responsabilidade social da empresa. De acordo com Walton (1975), a qualidade de vida no trabalho vem recebendo destaque como forma de resgatar “valores humanísticos e ambientais, que vêm sendo negligenciados em favor do avanço tecnológico, da produtividade e do crescimento econômico”. O autor não defende as práticas antigas de trabalho, mas alerta para os impactos da automação na Qualidade de Vida do Trabalhador.
Ainda segundo o autor, a qualidade de vida no trabalho é resultante direta da combinação de