Qualidade das Águas dos Rios de Salvador
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Maria Lúcia Politano Álvares1
Luiz Roberto Santos Moraes2
Maria Elisabete Pereira dos Santos3
José Antônio Gomes de Pinho4
Fernando Pires dos Santos5
Nicholas Carvalho de Almeida Costa6
1.
Introdução
A relação entre saneamento básico, saúde e desenvolvimento é tão expressiva que pode
ser observada em alguns países “desenvolvidos” onde foram realizados, em meados do século
XIX, investimentos em pesquisas e obras públicas no combate às doenças infecciosas, como a ampliação dos serviços de saneamento, o que foi determinante para o seu alto nível de desenvolvimento humano (REZENDE; HELLER, 2000). Dessa forma, estes países conseguiram atingir níveis elevados de condições sanitárias nas suas cidades e o saneamento básico deixou de fazer parte do elenco de preocupações dos seus governos e população.
Entretanto, as pressões que a produção de resíduos exerceu sobre os recursos hídricos destes países, bem como a poluição do ar, trouxeram novas enfermidades e, com elas, todo um movimento relacionado ao controle da poluição e de defesa do meio natural, que trouxe de volta para o centro das atenções a problemática da saúde pública.
Porém, nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, o nível de cobertura dos serviços públicos de saneamento básico ainda é muito baixo. No Brasil, país que tem sua história marcada por políticas que propiciaram concentração de riquezas e desigualdades sociais e regionais, em relação ao saneamento básico, não foi diferente. Ao contrário, promoveu-se uma concentração maior de ações nas zonas urbanas e nas regiões Sul e Sudeste, o centro econômico moderno da economia nacional, privilegiando as áreas habitadas pela população mais abastada (REZENDE; HELLER, 2000).
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Engenheira Civl (EP/UFBA), MSc em Engenharia Ambiental Urbana (EP/UFBA), Consultora em Projetos Estruturais de Sistemas de
Abastecimento de Água, Drenagem e Esgotamento