quadro resumo
Imaginário pedagógico e ideário da formação
Nas sociedades modernas, a escola vem sendo considerada como uma das instituições responsáveis pela imposição de ideários e conteúdos fortemente marcados pelo processo capitalista-urbanizador. Nesse contexto, acredita-se que o professor é um agente a serviço da transmissão de saberes, crenças, valores e atitudes que são impostos aos alunos, determinando seus modos de vida e, no caso dos cursos de formação, sua prática docente futura. No entanto, tal influência precisa ser relativizada, pois os alunos se reapropriam dos valores, comportamentos, conhecimentos, habilidades, crenças e representações veiculados na escola a partir da organização profunda de seu imaginário, reinterpretando-os e ressignificando-os de acordo com seus interesses, motivações e necessidades.
Nesse sentido, o curso de Pedagogia, mais do que um lugar institucional destinado à produção e à reprodução de conhecimentos que refletiriam simplesmente os traços e valores dos projetos maiores da cultura e da sociedade, é um espaço privilegiado de produção do simbólico, ou seja, de um imaginário e de um ideário da formação docente.
A formação do professor tem sido objeto de estudos e debates exaustivos. Na década de 1970, sob o influxo das lutas pela redemocratização do País, o aquecimento desse debate se deu a partir das Faculdades e Institutos de Educação, com o encaminhamento de duas questões político-educacionais: a continuidade/extinção do curso de Magistério – 2º Grau – e a nova proposta curricular para o curso de Pedagogia. Em torno dessas questões, intensificou-se a mobilização de docentes comprometidos com a formação de professores, criando-se a Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (Anfope) (Brzezinski, 1996). Legitimada no meio docente de todo o País, suas reuniões anuais tornaram-se o principal fórum de debate, criação e veiculação de um ideário pedagógico sobre a formação docente.
Um estudo do