Pós-graduando
Tema: Do mangue surge um bairro referência da ciência: Manguinhos.
Em 1870, a febre amarela voltou a fustigar o Rio de Janeiro, causando 1.118 óbitos. Em 1873 e 1876, ocorreram duas epidemias excepcionalmente violentas, ocasionando mais mortes. Com isso reacenderam as discussões em torno do saneamento da capital. A sessão extraordinária da Academia Imperial de Medicina, 1873, decretou que a epidemia era a “mais grave e mortífera das que já no país tem havido.”
Houve uma chamada aos médicos para que sugerissem medidas emergenciais: a irrigação e asseio das ruas e praças públicas; disseminação de navios estacionados no porto; retirada dos imigrantes para fora da cidade e do município; nomeação de comissões paroquiais para socorrerem as vítimas do flagelo; abertura do Hospital de Santa Isabel; inspeção dos cortiços visando a sua remoção ou a diminuição do número de moradores e por fim, conselhos ao povo quanto ao seu regime ordinário.
Começava assim, a se delinear a polêmica em torno da viabilidade e conveniência de se remover a grande massa proletária do centro para as zonas periféricas, exatamente no momento em que as companhias de serviços públicos estendiam suas linhas e canalizações em direção à zona norte e sul da cidade.
O primeiro plano urbanístico que teve o Rio de Janeiro remonta justamente à década de 1870. Coincide com os anos mais prósperos – e mais epidêmicos – do segundo Reinado, quando a lavoura escravista do café no Vale do Paraíba alcançava o auge das suas possibilidades de expansão e o Rio de Janeiro impunha-se como o grande empório comercial do país.
Manguinhos, como qualquer área considerada como favela, no Rio de Janeiro, sofreu com a dessimetria e com o descompasso entre a formulação e a prática das políticas públicas, fossem elas habitacionais, urbanas ou sociais.
Ao longo de cem anos de ocupação paulatina, foram elaborados projetos visando a transformar a região, pela via do saneamento, do