Pugatório
AS SANTAS ALMAS DO PURGATÓRIO
Há na celebração da Missa, para os mortos, um rito muito instrutivo e tocante. Estando o Sacerdote prestes a comungar, depois de ter falado à Augusta Trindade, aos Anjos e Santos, se dirige pela primeira vez, a Vítima divina, que se acha presente no altar. Inclinando, em sinal de respeito, dirige-Lhe, por três vezes, estas palavras:
"Cordeiro de Deus que apaga os pecados do mundo, dá-lhes o descanso..."
Se o Sacerdote, por três vezes, junto da Vítima divina, digire-Lhe a mesma súplica, em favor dos mortos, é porque o estado das Almas do Purgatório é infeliz e digno de compaixão.
Vejamos os grandes padecimentos dos prisioneiros da justiça divina e o meio maravilhoso e eficaz do Santo Sacrifício da Missa para salvá-los.
I - As Almas, no Purgatório, estão sujeitas a duas espécies de penas: a) Pena de danos - que é a privação da visão beatífica e de todos os bens que ela encerra.
- Estando as Almas separadas do corpo, vêm, com fé mais clara e viva, quão precioso é o Sumo bem que deveriam já ter possuído, mas que, por sua culpa, dEle se acham privadas por um certo tempo. Vendo também mais claramente quão bom e amável é Deus têm as Almas desejos veementes para gozar da visão beatífica, mas por estarem dela privada, aumentam-lhes os sofrimentos.
- As Almas do Purgatório, estando livres de todas as distrações, tendem irresistivelmente para o objeto de seu amor que é Deus. Achando-se, porém, separadas do divino bem e não sabendo o dia em que se hão de apresentar na presença de Deus - têm dessa privação e incerteza, grandes sofrimentos.
- Sofrem as Almas do Purgatório por não saberem do dia em que hão de deixar esse lugar de padecimento.
- Sofrem por não verem a Jesus Cristo, Nossa Senhora, os Anjos e os Santos.
b) Pena de sentido é o mal físico que aflige as Almas, com dores e sofrimentos. Os SS. Padres dizem que não há sofrimento nesta vida, que possa ser igualado aos