PUC MINAS ARCOS
O filme “Abril despedaçado”, baseado no livro do escritor albanês Ismail Kadaré, foi adaptado ao cinema pelo diretor Walter Salles, é retrata um fragmento da cultura brasileira. O sertão brasileiro é onde acontece a história, que mostra a miséria, a guerra das famílias Breves x Ferreira, sendo o motivo desta disputa a “terra”.
A família dos Breves muito simples, vivem em uma rotina diária, como relatada pelo personagem Pacu “a gente parece boi, fica andando em volta e não sai do lugar”, já os Ferreiras, aparentam terem uma vida financeira menos desprovida de necessidades.
A guerra das famílias, já aniquilou vários homens das duas famílias. A vingança da morte de um ente só é iniciada na cultura destas famílias, quando o sangue na camisa do finado “se amarela!”, antes disso, o sangue não pode ser derramado, e o direito de vingança é apenas contra quem matou, sendo vedado pelas duas famílias tirar a vida de outro indivíduo do grupo familiar antagonista.
Os personagens da família Breves retratam em muito a severidade do pai, um homem que reprime a espontaneidade de Pacu e de Tonho. É muito bem apresentado no filme que os filhos dos patriarcas dos Breves e dos Ferreira, em dado momento pedem a trégua das famílias, o fim da matança, mas os patriarcas negam, pois o ódio dos mesmo é muito grande.
O encontro com os artistas Clara e Salustiano, traz mais espontaneidade aos personagens Pacu e Tonho, o primeiro passa a sonhar com o mundo através do livro que ganho de Clara, já o segundo conhece o “amor”, ele se apaixona por Clara. O final acaba sendo triste, o menino Pacu troca de lugar com o irmão Tonho e acaba perdendo a vida, e assim desfazendo o ciclo de matança das famílias.
O filme retratou de maneira perceptível que a cultura daquelas famílias, mesmo errada do nosso ponto de vista, deveria ser respeitada, e que visto de uma visão etnocêntrica era algo imperdoável por nós, mas para os Breves x Ferreira, era questão de honra