Publicidade e Subjetividade
Publicidade e Propaganda
Matéria: Psicologia –
Publicidade e a produção de subjetividade.
Rachel Moreno
No Brasil, uma televisão comercial depende fundamentalmente do deus audiência, porque, afinal de contas, para se sustentar, tem que vender espaços e ter as condições necessárias para sustentar sua programação.
O que significa esse deus audiência?
Significa que a televisão vende para quem quiser pagar a preço de ouro, a garantia de 30 segundos de nosso olhar. Para conseguir essa audiência, pois ela precisa disso, aparentemente acaba apostando em alguns princípios básicos. Quem me garante que as pessoas irão olhar galvanizadas para um programa o tempo todo?
Os princípios básicos acabam sendo sangue, sexo e sonho. Sangue, através da violência também inserida na programação, no conteúdo da televisão. As pessoas sentam, arregalam os olhos e ficam lá até o fim; Quando falamos de sonho, precisamos focar alguém, e o foco acaba se direcionando mais às mulheres, porque elas são responsáveis por 80% das decisões de consumo deste país. Não sou somente eu que privilegia o direcionamento às mulheres; os anúncios e comerciais também o fazem. As mulheres decidem que marca de cueca compram para o marido, qual tipo de fralda compram para o neném, que comida compram para todos, que cosméticos compram para si mesmas. Tudo isso soma 80% das decisões de consumo. E o que a propaganda diz a ela? O mesmo que tem dito numa sociedade de consumo, ou seja – tenha, compre e seja feliz – ligando as três coisas. A propaganda diz também às mulheres que hoje não basta ser atualizada no mundo moderno, não basta se realizar através da maternidade, não basta se realizar enquanto profissional, não basta se realizar enquanto cidadã, militando, fazendo, acontecendo, tomando conta. É preciso, além disso, tudo, ser bela,