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Variação linguistica.
Diacronica

Poema da roça
Sou fio das mata, cantô da mão grossa.
Sou filho das matas, cantor da mão grossa.
Trabáio na roça, de inverno e de esteio.
Trabalho na roça, no universo e no verão.
A minha chupana é tapada de barro.
A minha choupana é coberta de barro.
Só fumo cigarro de paia de mio.
Só fumo cigarro de palha de milho.
Sou poeta das brenha, não faço o papé.
Sou poeta dos matos, não faço o papel.
De algum manestré, ou errante canto.
De algum menestrel, ou errante cantor.
Que veve vagando, com sua viola,
Que vive vagando, com sua viola,
Cantando, pachola à procura de amo.
Cantando, preguiçoso à procura de um amor.
Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Não tenho sabedoria, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná,
Apenas eu sei o meu nome assinar.
Meu pai, coitadinho!Vivia um cobre.
Meu pai, coitadinho! vivia sem dinheiro,
E o fio do pobre não pode estudá.
E o filho do pobre não pode estudar.
Meu verso rostêiro, singelo e sem graça,
Meu verso roteiro, singelo e sem graça,
Nas pobre paioça, da serrra ao sertão.
Nas pobres coisas, da serra do sertão.
Só canto o buliço da vida apertada,
Só canto a dificuldade da vida apertada,
Da lida pesada, das roça e dos eito.
Do trabalho pesado, da roça dos escravos,
E as vezes , recordando a feliz mocidade
Canto uma sodade que mora em meu peito
Canto uma saudade que mora em meu peito
Eu canto o cabôco com sua caçada.
Na noite assombrada que tudo apavora,
Nas noites assombrosas que tudo apavoram.
Por dentro da mata, com tanta corage
Por dentro das matas com tanta coragem
Topando as vizage chamada caipora
Vendo o fantasma chamado caipora
Eu canto o vaquêro vestido de couro
Eu canto o vaqueiro vestido de couro
Brigando com o tôro no mato fechado,
Brigando com o touro no mato fechado,
Que pega na ponta do brabo novío,
Que pega na ponta do novilho
Ganhando lugio do dono do gado,
Ganhando elogio do dono do gado,
Eu canto o mendigo de sujo