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GUERRIERO, Silas – Olho Dágua
UNIP
Disciplina: Homem e Sociedade
“Quem somos nós?” Esta pergunta nos acompanha desde os tempos mais remotos. A antropologia, segundo a etimologia, é a ciência que busca conhecer o antropos, o humano. Longe de procurar esgotar essa tarefa, o que seria impossível dada a complexidade da natureza humanamente capítulo procuraremos apontar algumas pistas que poderão levar o leitor à fascinante aventura do conhecimento sobre nós mesmos. Vemo-nos qualitativamente diferenciados dos demais seres e constituídos de uma natureza especial. Durante muito tempo nos enxergamos como feitos à imagem e semelhança de Deus. Em muitos povos, as mitologias de criação falam de seres criadores e de heróis civilizadores antropomorfizados e assemelhados aos seus indivíduos. Entre nós, ocidentais, herdeiros de uma visão hebraica e cristã, o livro do Gênesis relata:
Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança, e que eles dominem sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todas as feras e todos os répteis que rastejam sobre a terra”.[1]
Quanta responsabilidade! Não só o Criador nos fez semelhantes a Ele como nos deu o poder de domínio sobre todos os outros seres vivos do planeta. Essa marca carregamos até hoje. Se, na teologia contemporânea, o livro do Gênesis é visto como uma coleção de mitos (metáforas que carecem de interpretação), ainda há muita gente que crê terem sido Adão e Eva, mesmo, os primeiros habitantes humanos deste planeta. Somos frutos da evolução?
Em meados do século XIX, humanidade levou um choque. Um cientista inglês, geólogo e naturalista, ameaçou nosso lugar sobre o pedestal dos seres vivos. Charles Darwin colocou-nos na incômoda companhia de todos os outros animais. Afirmou que todos somos frutos de uma mesma evolução biológica, assemelhando-nos a nossos parentes mais próximos, os primatas. Tamanha ousadia foi