Puberdade e Adolescência
MAHONEY, A. A.; ALMEIDA, L. (org.) Henri Wallon. Psicologia e Educação. São Paulo: Loyola, 2000.
Leitura para Aprofundamento:
WALLON, H. (1941) A evolução psicológica da criança. (Trad. Claudia Berliner) São Paulo: Martins Fontes, 2007.
A predominância funcional é afetiva (relações afetivas) e o conflito é de natureza endógena (centrípeta). Essa é a última e movimentada etapa que separa a criança do adulto que ela tende a ser. A crise pubertária rompe a tranquilidade da fase anterior: modificações hormonais e corporais levam às crises morais e existenciais. A afetividade é racional, os sentimentos são elaborados no plano mental. Novamente ocorre o conflito eu – outro (do personalismo), agora mais cognitivo do que emocional. Há a exploração de si mesmo com uma identidade autônoma, mediante atividades de confronto, autoafirmação, questionamentos. Domínio de categorias cognitivas de maior nível de abstração com discriminação mais clara dos limites de sua autonomia e de sua dependência. O estágio da puberdade e adolescência é também chamado de período da crise da puberdade, pois nele ocorrem modificações fisiológicas, corporais e psicológicas. Há o amadurecimento sexual, provocando na criança profundas transformações corporais acompanhadas de modificações psíquicas. O corpo da menina fica diferente do corpo do menino, crescem pelos, há a modificação da voz, crescimento dos seios e dos órgãos genitais, além do aumento acelerado na estatura. A menina apresenta a menarca e o menino a emissão de espermas (aquisição da função reprodutora). O espelho é o grande rival: ao mesmo tempo em que se apresenta como companhia constante, proporcionando momentos de prazer, causa inquietação e angústia, pois, em função das mudanças corporais tão rápidas, o adolescente não se reconhece na imagem refletida e isso lhe proporciona mal-estar. Nas palavras de Wallon (1975:218): “Assinalou-se o que foi