PSICOTERAPIA BREVE LEMGRUBER
Paciente de 27 anos, motorista de caminhão. Queixa-se de tonteiras, insegurança e medos generalizados. Ultimamente B. tem evitado encontrar pessoas, procurando permanecer em casa a maior parte do tempo. Sendo motorista profissional, tem tido dificuldades no emprego, pois vem se recusando a dirigir o caminhão da empresa. Teve alguns episódios de verdadeiro pânico enquanto estava dirigindo, precisando estacionar o caminhão na rua e abandoná-lo. B estava tão impressionado com que estava acontecendo que até sentia medo de viver. Procurou atendimento psiquiátrico particular e também foi encaminhado pela empresa a psiquiatras, B começou a fazer uso de medicamento com Haloperidol 1 mg e Prometazina 25 mg. B era o, mas velho de seis irmãos. Sempre foi o mais responsável de todos. Seus pais brigavam muito entre si, até que se separaram definitivamente. Quando B entrava na adolescência, após o pai sair de casa, B começou a trabalhar e a assumir os encargos de chefe da família, sustentando a mãe e os irmãos. Ao casar-se, no ano anterior, passou a morar perto da casa da mãe, continuando a pagar aluguel dela. Sente como se tivesse que ser responsável e cuidar de duas famílias. Há quatro anos seu pai amputou ambas as pernas, por ter apresentado problemas circulatórios. Seu problema maior foi o de lidar com as ansiedades de culpa do paciente e seu medo de retaliação em relação á figura paterna. Como fatores desencadeantes para o surgimento dos sintomas fóbicos, levantamos a hipótese de que seu recente casamento e a possibilidade de vir a ser pai. Na primeira sessão de terapia B faltou e a segunda chegou 30 minutos atrasado, disse só conseguir ir desta vez porque sua esposa o acompanhara. Na segunda sessão o terapeuta disse-lhe já que ele se sentia muito pressionado a ter que tomar uma decisão, porque isso envolvia uma responsabilidade que ele tinha medo de assumir. B concordara e disse que sempre sentia medo e achava que não iria