Psicose
A Psicose Pós-Parto ou Psicose Puerperal constitui uma das patologias mais sensíveis, complexas e dramáticas do foro mental e psiquiátrico. Tal como qualquer psicose (que já por si reflecte várias repercussões físicas, psíquicas, familiares e sociais), a Psicose Pós-Parto tem na delicada e inofensiva criança recém-nascida, um factor extra que torna este problema psiquiátrico como um dos mais difíceis de resolver.
Apesar de ter uma baixa incidência (0,1% a 0,2%), esta patologia afecta uma a duas parturientes em cada mil casos. Mais frequente em mulheres com predisposição psicótica anterior, tem um início abrupto e ocorre pelo segundo ou terceiro dia do puerpério, podendo ter uma duração de algumas semanas a vários meses. Neste sentido, se houver um passado de perturbação bipolar ou outra patologia psicótica (como a esquizofrenia), torna-se imprescindível haver um acompanhamento paralelo entre o ginecologista / obstetra e o psiquiatra, no sentido de minimizar todas as repercussões hormonais e psicológicas que envolvem o período entre o pré e o pós-parto e que podem potenciar o desenvolvimento desta rara doença.
Desta forma, entre os vários sinais e sintomas que estão relacionados na Psicose Pós-Parto pode ocorrer: labilidade emocional, despersonalização do “eu”, estados confusionais, desorientação e desorganização mental, agitação psicomotora, comportamentos bizarros, alucinações visuais e auditivas, delírios de perseguição e alterações graves do sono. Nos casos mais graves pode mesmo haver rejeição do bebé por parte da mãe, em que a própria afirma veementemente que o filho não é seu ou que é um espírito ou uma maldição. Nestes casos podem associar-se pensamentos de agressão à criança ou mesmo haver um certo risco de infanticídio (assassinato do próprio bebé). Neste âmbito, alguns autores norte-americanos descrevem a existência de 1 infanticídio em cada 50000 casos de Psicose Pós-Parto, normalmente por asfixia ou