psicopedagogia
Lilian Galvão
Doutoranda em psicologia; professora da UFCG.
Muitos dos alunos brasileiros têm se defrontado com o fracasso escolar e, tantas vezes, isto tem sido feito sob a aprovação de procedimentos psicológicos como testes e laudos que corroboram com o fracasso.
Segundo PATTO (1995, p. 16), o psicólogo pode selar destinos a partir de seus pareceres sobre crianças com dificuldades escolares: Laudos invariavelmente ausentes de substrato teórico; mergulhados no.
Senso comum; lacônicos; arbitrários; carentes de crítica; feitos com uma displicência reveladora de desrespeito ao cliente e de certeza de que as vítimas destas práticas não têm nenhum poder a opor ao poder técnico servem na verdade, para estancar a carreira escolar de tantos pequenos brasileiros.
O fracasso escolar tem sido estudado, de forma mais intensa, no Brasil desde a década de 1970 por diversos autores da Psicologia Educacional, sobressaindo-se as pesquisas de Maria Helena Souza Patto que, utilizando como.
1 Este texto tratasse de um manuscrito não publicado direcionado aos alunos do Curso de Especialização em Psicologia da Educação da Faculdade Juvêncio Terra; e foi criado com o objetivo de compilar em um único texto a discussão realizada por diferentes autores que tratam da temática fracasso escolar e o papel do psicólogo da educação.
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Alicerce teórico o materialismo histórico, denunciou a cumplicidade ideológica da Psicologia no processo de seleção das crianças, distinguindo-as entre capazes e incapazes de aprender, a partir de seus recursos internos, individuais. Uma Psicologia com viés, que tira de foco o que é historicamente determinado, e volta o olhar para a criança com todas as suas faltas e deficiências, culpando a vítima.
Segundo PATTO (1997), o que aparece como natural é social; o que aparece como o histórico é histórico; o que aparece como relação justa, é exploração; o que aparece como resultado de deficiências