Psicopatologia
A linguagem e suas alterações
Definições básicas
A linguagem, particularmente na sua forma verbal, é uma atividade especificamente humana, talvez a mais característica de nossas atividades mentais. É o principal instrumento de comunicação dos seres humanos. Além disso, é fundamental na elaboração e na expressão do pensamento. Alterações da linguagem, embora de definição e delimitações difíceis, sempre foram de grande interesse para a psicopatologia (revisão em Thomas; Fraser, 1994)
O trabalho de Ferdinand de Saussure, em 1996, distinguiu duas dimensões básicas da linguagem: a langue, ou seja, a língua, o sistema lingüístico, que inclui todas as regularidades e os padrões que subjazem aos enunciados de uma língua, e a parole (em português, palavra, seja ela falada, lida ou escrita), ou seja, os comportamentos lingüísticos empreendidos pelos sujeitos, os seus enunciados reais (Weedwood, 2002).
Especificamente em relação à língua, é preciso diferenciar ainda três elementos essenciais de qualquer língua ou idioma: o fonético, que se refere aos sons, aos elementos materiais da fala; o semântico, relacionado à significação dos vocábulos utilizados em determinada língua, e o sintático, que diz respeito à relação e à articulação lógica das diversas palavras.
Além disso, é possível descrever as seguintes funções da linguagem: 1. A função comunicativa, que garante a socialização do indivíduo. 2. A linguagem como suporte do pensamento, particularmente de sua forma evoluída, como pensamento lógico e abstrato. 3. A linguagem como instrumento de expressão dos estados emocionais, das vivências internas, subjetivas. 4. A linguagem como afirmação do eu e de instituição das oposições eu/mundo, eu/tu, eu/outros. 5. A linguagem da sua dimensão artística e/ou lúdica, como elaboração e expressão do belo, do dramático, do sublime ou do terrível, isto é, a linguagem como poesia, como literatura.
A questão sobre o que é afinal a linguagem tem