Psicopatologia, amostra do livro
PSICOPATOLOGIA DAS PSICOSES
Uma Introdução sobre a Semiologia e a Neurociência Cognitiva dos Transtornos do Pensamento e da Sensopercepção
Hélio Tonelli
Instituto de Psiquiatria do Paraná Ambulatório de Psicoses Curitiba – Paraná
ÍNDICE
Introdução Conceito de Psicose Sintomas psicóticos como um continuum entre a normalidade e a patologia Esquizofrenia: um transtorno essencialmente psicótico Dopamina e antipsicóticos Sinais psicopatológicos das psicoses Pensamento Perturbações do fluxo do pensamento Perturbações da forma do pensamento Perturbações da linguagem Algumas considerações adicionais sobre a estrutura da linguagem na esquizofrenia Perturbações do conteúdo do pensamento Síndromes de Falsa Identificação Teorias cognitivas da formação dos delírios Descarga Corolária
6 7 10
11 18 19 20 20 20 22 23
27
29 32 37
Modelos associados à cognição social Desregulação da transmissão dopaminérgica e formação de delírios Sensopercepção Bases fisiológicas das alucinações Conclusões Bibliografia
38 42 43 47 48 50
Introdução O termo psicose é utilizado freqüentemente por profissionais de saúde mental. Mas, o que objetivamente estes profissionais estão querendo dizer quando resolvem usar o termo? Qual o significado das afirmações “este paciente encontra-se profundamente psicótico” e “se usar esta droga ilícita você pode desenvolver uma psicose”? Leigos, compreensivelmente, costumam associar a palavra psicose quase que exclusivamente a risco de comportamento violento – possivelmente por influência do famoso filme homônimo de Hitchcock – quando, na realidade, a violência nem sempre está presente nos quadros clínicos em que há psicose. Não obstante, quando a violência ocorre em indivíduos clinicamente psicóticos, costuma se caracterizar muito mais como uma reação defensiva a um ambiente ameaçador do que a comportamentos friamente arquitetados, típicos dos psicopatas (outro termo que gera confusão entre leigos,