Psicopato II Reforma Psiqui trica

Juliana Costa

A Reforma Psiquiátrica Brasileira

Trabalho apresentado à disciplina de Psicopatologia II-A, ministrada pela Profª. Daniela Schneider, no curso de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina.

Florianópolis, junho de 2007.

Histórico da Reforma Psiquiátrica Brasileira

No seguinte trabalho, temos como objetivo realizar uma breve revisão da chamada reforma psiquiátrica brasileira. Para isso, utilizaremos alguns conceitos importantes para a contextualização de tal reforma. De acordo com Tenório (2002), o enfoque da loucura como doença e da psiquiatria como uma especialidade médica é atual na história da humanidade. A partir do século XVIII é que, o homem inventou uma nova maneira de se perceber e de vivenciar a condição humana. A loucura sempre existiu, bem como lugares para se tratar dos loucos, entre eles, templos, domicílios e instituições, mas a instituição psiquiátrica, propriamente dita, é uma construção do século XVIII (Tenório, 2002).
Essas grandes instituições, de acordo com Instituo Franco Basaglia, eram destinadas a abrigar as pessoas consideradas “indesejáveis” à sociedade, tais como os leprosos, sifilíticos, aleijados, mendigos e loucos. Eram lugares de exclusão social da pobreza e da miséria produzidas pelos regimes absolutistas da época (Instituto Franco Basaglia). Na Revolução Francesa, ocorrida no ano de 1789, o hospital de Bicêtre, situado na cidade de Paris, era considerado uma verdadeira “casa de horrores” onde os internos, na maior parte loucos, eram abandonados. O médico Phillipe Pinel, quando nomeado diretor de tal hospital, deu início à separação e à classificação dos diferentes tipos de “desvio” ou “alienação mental” que passou a encontrar, com o objetivo de estudá-los e tratá-los. Foi deste modo que surgiu o hospital psiquiátrico, mais conhecido como manicômio. Manicômio, segundo o Instituto Franco Basaglia é:

“um termo genérico que usamos para classificar hospícios, asilos, hospitais