Psicopatas de gravata
Especialistas revelam que psicopatas corporativos existem e são mais comuns do que se imagina. Aprenda a identificá-los e enfrentá-los
Estima-se que existam 69 milhões de psicopatas no mundo. Nem todos eles estão nos seriados de TV, em instituições de saúde ou escondidos em suas casas. Alguns podem estar no seu escritório, dando ordens, ouvindo suas histórias pessoais ou espalhando boatos para os colegas durante a happy hour da firma. No trabalho, psicopatas são atraídos por dinheiro e poder, manipulam pessoas, causam medo, perseguem e prejudicam quem está ao seu redor.
Segundo o psicólogo nova-iorquino Paul Babiak, coautor do livro Snakes in Suits: When Psychopaths Go to Work (em português, "Cobras de terno: quando psicopatas vão ao trabalho"), inédito no Brasil, é quatro vezes mais comum encontrar psicopatas em ambientes corporativos do que na população em geral. Embora Hollywood associe o psicopata ao assassino, o comportamento das pessoas com esse distúrbio vai muito além de perfis dispostos à matança.
Com charme maquiavélico, eles manipulam os subordinados, os levam a cometer atos antiéticos e são capazes de chantagear sem culpa. "Quando você conhece um, quase gosta dele", diz Paul. "O psicopata consegue criar uma persona que reflete exatamente as coisas nas quais você acredita." Muitas vezes confundidos com líderes natos por aparentar motivação, capacidade de assumir riscos e esconder habilidosamente suas fraquezas, os psicopatas são hábeis em galgar aos mais altos cargos. "No fundo, tudo o que querem é obter poder e dinheiro à custa da empresa, não se importando realmente com o avanço dela nem com seus colegas", diz Paul.
Neste fim de ano, está sendo lançado no Brasil o livro Trabalhando com Monstros - Como Identificar Psicopatas no seu Trabalho e Como se Proteger Deles (Ed. Fundamento), do australiano John Clarke, doutor em psicologia. O livro esmiúça as atitudes de um psicopata na corporação, que vão desde roubar ideias