Psicomotricidade
Os “corpos-cadernos”
A falta de uma equipe multidisciplinar representa a ausência de corpos em cena. Compreende-se, também, que a dificuldade que estes profissionais encontram para sensibilizar os profissionais nas instituições educativas quanto à importância do corpo na aprendizagem. Alguns destes, infelizmente, continuam com o pensamento ultrapassado em que o aluno precisa ficar sempre em sua carteira.
Uma turma produtiva não é aquela que se mantém em silêncio, sendo apenas ouvinte de um professor. Mas sim, a que interage. E para isso, o corpo também precisa falar. O corpo, além do biológico, nos permite mostrar emoções e estados interiores.
O corpo atende às relações através das sensações de dor, fome, frio e calor. Que são armazenadas através dos sentidos (tato, olfato, paladar, visão e audição). Nem todas as informações que chegam ao cérebro, são armazenadas, caso contrário, ficaríamos loucos.
A partir daí se inicia um processamento para analisar, organizar, integrar e memorizar. Algumas reações como, o choro, o sorriso e o susto (algo inesperado) podem acontecer. Por exemplo, se eu sinto dor, choro.
As pessoas aprendem um componente quando são capazes de atribuir algum significado à ele, quando associam a outro e a outro, e fazem ligações que começam a tomar sentido diferente, reforçando ou construindo um novo conhecimento. Essa aprendizagem significativa irá envolver o ser humano na sua totalidade, num movimento de busca, de ressignificações, de movimento, de criatividade e alegria pelas novas descobertas do modo de ser e viver. O desafio está em promover uma educação significativa, capaz de envolver o aluno na sua totalidade, numa dinâmica de prazer, de alegria, de descoberta, de criatividade, escondidos no corpo, utilizando-se dele como espaço de aprendizagem. O ser humano aprendente será feliz quando lhe for possibilitada uma educação integral, onde o corpo é este espaço privilegiado de formação.