PSICOMOTRICIDADE
Partindo da idéia que a psicomotricidade tem como objeto de estudo o corpo em movimento e em constante relação ao mundo interno e externo é possível estabelecer uma estreita relação com o conteúdo apresentado ao longo do filme “Gaby”.
No primeiro momento a família espera a chegada de um bebê. Logo que chega em casa, Sari, a mãe nota na criança comportamentos estranhos, como, por exemplo, o de recusar a alimentação materna, o que resulta na falta de uma antecipação simbólica, por parte da mãe, impedindo que haja uma re-significação para a criança. Vale salientar a importância da relação mãe-bebê, sendo através desta relação que a criança estabelece seu primeiro diálogo, se relacionando não somente com a mãe, como também com o mundo a sua volta (LEVIN, 2005), porém, uma vez que ao notar que não conseguirá alimentar sua filha, a mãe a entrega aos cuidados de uma babá.
Com a passagem de tempo é possível observar a frustração dos pais ao receberem o diagnóstico de paralisia cerebral de Gaby, o médico também declara que há comprometimento nas cordas vocais da menina, assim, sua comunicação verbal será impossível, sendo possível também que a menina apresente retardo mental (o que não ocorre). Em dado momento do filme o pai de Gaby afirma que a menina é um problema para a família, não enxergando as potencialidades da filha, caracterizando esse pensamento sobre Gaby como o primeiro corte epistemológico, aonde Levin (2007) vem afirmar que o corpo era a ferramenta de trabalho para o reeducador que se propõe a concertá-lo. Assim, a reeducação psicomotora enxerga o homem como dono de um corpo e este corpo é visto como uma máquina de músculos que não funcionam e que, por isso, devem ser reparados.
Esse pensamento de um corpo como uma máquina também pode ser percebido no momento em que Sari insiste em procurar outros tratamentos que possam trazer alguma melhora para o corpo físico de Gaby, não mais interagindo com a menina, uma babá cuida da