Psicologia
O experimento quase contemporâneo de Arquimedes de Siracusa sobre a densidade relativa dos corpos é muito engenhoso. A história da sua descoberta foi relatada pelo arquiteto romano Vitrúvio no livro IX de De arquitectura e foi inventada simplesmente para ilustrar de modo impressionante uma descoberta científica, mas não deixa de ter o mérito da clareza pedagógica.
Segundo Vitrúvio, o rei Híeron II teria decidido, no momento da sua ascensão ao trono de Siracusa, comemorar o evento depositando em um templo uma coroa de ouro puro consagrada aos deuses. Fez então contato com um ouvires e lhe entregou uma quantidade precisa de ouro. Na data prevista, o ouvires levou ao rei uma coroa soberbamente cinzelada, cujo peso correspondia exatamente ao peso do ouro que lhe fora dado.
Pouco tempo depois, vieram insinuar ao rei que o ouvires roubara uma parte do ouro, substituindo-a, na coroa, por um peso equivalente em prata. O rei Híeron, furioso mas não sabendo como descobrir a verdade, pediu a Arquimedes que lhe fornecesse a prova da culpa ou da inocência do homem.
Preocupado com o assunto, Arquimedes dirigiu-se para as termas. Então, notou que quanto mais afundava o corpo na banheira, mais água derramava para fora. Quando o seu corpo estava totalmente imerso, uma quantidade determinada de água tinha sido derramada. Impressionado com esse fenômeno, de aparência banal, descobriu a solução para o problema de Híeron e saiu do banho precipitando-se para a casa completamente nu - pelo menos assim disse Vitrúvio - e gritando Eureka!, Eureka! - "Achei! Achei". A água derramada correspondia ao peso em volume de água do seu corpo imerso: a sua quantidade era pois inversamente proporcional à densidade do seu corpo.
Para resolver o dilema de Híeron, bastava então estudar o comportamento do ouro e da prata na água. Se uma coroa de ouro puro imersa em um recipiente deslocava uma quantidade de água diferente de uma coroa de prata com a