Psicologia
O impacto de uma doença como o câncer não afeta apenas o sujeito enfermo, mas estende-se a todo o universo familiar, impondo mudanças, exigindo reorganização na dinâmica familiar para incorporar, às atividades cotidianas, os cuidados que a doença e o tratamento do paciente exigem. As famílias enfrentam grandes dificuldades para lidar com uma doença como o câncer, que causa muito sofrimento e quanto mais avançada ela se encontra, maior é esse sofrimento. A precariedade das condições sociais, econômicas e culturais dos pacientes e familiares amplia a vulnerabilidade social que a doença impõe. Almeja-se, com este artigo, apontar a necessidade dos profissionais de saúde, na assistência oncológica, a tomarem também a família como objeto de cuidado, considerando seus limites e possibilidades de enfrentamento à doença. Há a necessidade de construção de espaços para a participação da família, durante todo o processo de tratamento do paciente, onde ela possa aprender a cuidar, mas também ser cuidada, na perspectiva de uma assistência integral e de qualidade. Para uma assistência de qualidade, é necessário compreender o contexto familiar do paciente, sendo importante destacar o conceito de família que oriente este trabalho. Atualmente, existem diversas formas de constituição familiar que estão para além do modelo tradicional de família nuclear burguesa (pai, mãe e filhos) e a família de mundo atual a família pode ser definida como núcleo de pessoas que convivem em determinado lugar,durante um lapso de tempo mais ou menos longo e que se acham unidas (ou não) por laços consangüíneos. Ela tem como tarefa primordial o cuidado e a proteção de seus membros, e se encontra dialeticamente articulada com a estrutura social na qual está inserida.
Os novos arranjos familiares são profundamente condicionados pelas mudanças sociais, econômicas e culturais das últimas décadas. O acirramento das desigualdades sociais impõe, aos segmentos