Psicologia
A relação mente e coração existe desde a antiguidade, quando estados emocionais foram vinculados a manifestações do sistema cardiovascular. "A evolução desse conhecimento aumentou porque as doenças cardiovasculares passaram a ser as principais causas de morte no mundo", afirma a professora Bellkiss Romano, fundadora do Departamento de Psicologia da SOCESP.
A ligação Psicologia e Cardiologia se estreita ainda mais quando se refere a fatores de risco, em sua maioria, comportamentais, para a instalação da doença aterosclerótica e estados psíquicos complicadores da evolução do mal cardíaco, em sua maioria relacionados a comportamentos vinculados à aderência ao tratamento, modificação de hábito e qualidade de vida. Fatores relacionados, principalmente, a características de personalidade, ambientais, ou culturais.
As questões também se referem aos problemas psicológicos iatrogênicos decorrentes do uso de medicamentos e do avanço tecnológico. Pode-se afirmar que, para algumas cardiopatias, o aspecto psicológico não está relacionado à instalação do mal e, para outras, o psicológico é fator de risco para o surgimento do mal, como arritmia, coronariopatia e hipertensão.
Mas, a partir do diagnóstico, qualquer que seja a ação terapêutica, clínica, ou cirúrgica, os quadros psicológicos serão concomitantes a cardiopatia, com repercussões na evolução da doença, na reabilitação biopsicossocial do paciente, reflexos nas relações familiares e até no ambiente social.
No caso de um paciente adulto submetido a transplante cardíaco, observa-se, por exemplo, instabilidade familiar, devido à redistribuição de papéis, questões de ordem financeira, desgaste de relações, sobretudo devido a hospitalizações freqüentes e prolongadas, definição de quem cuida, e problemas sociais - capacidade física, cognitiva, emocional para retomar a vida produtiva e fantasias sobre assumir a personalidade do doador.
Em geral, entre os estudiosos de Cardiologia, é