Psicologia

4862 palavras 20 páginas
OLHARES...*

Alfredo Veiga-Neto**

Introdução

Quando me lancei à tarefa de escrever este capítulo, pensei em produzir um texto que reunisse não só alguns elementos que compõem a perspectiva a partir da qual venho trabalhando, mas também que oferecesse a professores e professoras algumas alternativas para suas reflexões e suas práticas docentes. Praticamente todos nós que hoje exercemos a docência ou a pesquisa em Educação tivemos uma formação intelectual e profissional em moldes iluministas. Uma das conseqüências disso é que talvez não estejamos suficientemente aptos para enfrentar, nem mesmo em nossa vida privada, as rápidas e profundas mudanças culturais, sociais, econômicas e políticas em que nos achamos mergulhados. As promessas que o pensamento e as práticas progressistas nos fizeram parecem cada vez mais distantes de se concretizarem. Do lado das tendências conservadoras, a situação não é melhor; ao contrário, vemos se aprofundarem e se alastrarem cada vez mais os problemas — sociais e ambientais — num mundo que se globaliza regido pela lógica capitalista. Por tudo isso, penso que devemos desconfiar das bases sobre as quais se assentam as promessas e as esperanças nas quais nos ensinaram a acreditar. Tudo indica que deveremos de sair dessas bases para, de fora, examiná-las e criticá-las. Afinal, enquanto pessoas envolvidas com a Educação, temos compromisso não apenas com nós mesmos mas, também e por ofício, com ou “sobre” aqueles com os quais trabalhamos. Certamente não pretendo dizer que o pensamento pós-moderno tem uma fórmula mágica para superarmos nossos problemas atuais. Nem mesmo tenho a pretensão de poder indicar soluções melhores para esses problemas. Meu objetivo é bastante modesto: dou-me por satisfeito se puder contribui para que cada professor e cada professora não aceite automática e silenciosamente, de modo não problemático, as grandes declarações de princípio que vêm há mais de duzentos anos dando sustentação ao mundo moderno.e, de certa

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