A segunda resposta é aquela de Bergson e seus adeptos e, em nossos dias, dos existencialistas. A ciência, eles sustentam, é uma coleção de construtos que bem pode ter uma certa utilidade prática mas que distorce, adultera, e perverte a realidade. A realidade é o imediatamente experimentado, ou vivido, por cada pessoa; a percepção, nos revelando a nós mesmos, também revela o mundo a nós. O universo que nós nos imaginamos capazes de reconstruir com base nesta percepção não seria mais que uma coleção de sistemas arbitrários que sufocam nossa espontaneidade. Deste modo, nós somos alienados de nossa liberdade. A única verdade é aquela que expressa a essência de nosso ser - quer dizer, a perpétua, imprevisível, única, e incomparável recorrência de impressões, sentimentos, ou imagens que aparecem em uma sucessão interminável em nossa consciência. Como esta sucessão engana qualquer forma de determinismo, o irracional se torna a fundação mesma da existência. Em nome da liberdade absoluta, cada pessoa é abandonada ao destino- um destino ligado, bem entendido, ao ser particular de cada um, mas nem por isso menos inevitável. Esta posição também insinua um tipo de participação passiva na existência das coisas que emanam da nossa própria existência- um tipo de responsabilidade desamparada e terrível por tudo aquilo poderia ser o resultado de nossas ações sob as quais nós não temos nenhum controle definitivo. Estas conseqüências desesperadoras do existencialismo foram desenvolvidas particularmente pelo escritor francês Sartre. Elas são uma indicação da auto-negação do declínio da classe burguesa e evidência de sua decadência final. A auto-negação é relacionada a idéias de grandeza: na patologia da mente, entram sempre de mãos dadas idéias de negação pessoal e grandeza pessoal.
A característica comum à concepção positivista e à existencialista é a noção da ineficácia do indivíduo, esmagado debaixo das necessidades duais da ordem natural e da ordem social, dotado de uma certa