Psicologia social
A Psicologia Social caracteriza-se pela natureza dos temas que aborda e não pelo uso de métodos específicos. O recurso a algumas técnicas próprias situa-se no enquadramento metateórico e epistemológico do método das ciências naturais. Na psicologia o método de observação e as experiências efectuadas fora do laboratório constituem instrumentos de conhecimento válidos e produtivos, ou seja, o que caracteriza a psicologia é a elaboração de um discurso referente à alguns aspectos da realidade. Existem duas dificuldades relativamente à psicologia social, que levaram a por em causa a possibilidade do conhecimento dos fenómenos sociais através da aplicação do método das ciências naturais: por um lado, o psicólogo social interessa-se por fenómenos complexos; por outro lado, os comportamentos sociais revelam significações para os agentes sociais. Sendo assim, alguns críticos chegaram a um consenso de que a psicologia social experimental não pode ser considerada um conhecimento prático nem uma formação cientificamente válida porque o seu objecto de estudo é aparente e é construído com base em ideologias distorcidas da realidade. Desta discussão pode-se concluir que, por um lado parte das críticas feitas à psicologia social experimental referem-se a relação entre os fenómenos sociais naturais e as representações teóricas e empíricas destes na prática cientifica e por outro lado esta discussão veio dar origem a uma reflexão acerca das fronteiras da psicologia social.
1.1. O PROBLEMA DA REDUÇÃO DA ESCALA
Relativamente à validade das pesquisas da psicologia social, a redução de escala dos fenómenos naturais estudados experimentalmente assenta na reflexão de predilecções e suposições dos investigadores. Deste modo, uma redução de escala só se pode justificar quando é possível demonstrar que os mecanismos implicados por um fenómeno naturalmente situado numa dada escala são semelhantes àqueles implicados pelo fenómeno estudado