psicologia social
LIDANDO COM A
VIOLÊNCIA NAS
ESCOLAS:
O PAPEL DA
UNESCO/BRASIL
1.
Apresentação
No mundo de hoje, as fronteiras entre o local e o global vêm-se tornando cada vez menos precisas. Esse fenômeno é particularmente marcante em regiões e países onde se verifica crescente desigualdade socioeconômica, aliada à ocorrência cada mais freqüente de atos de violência. Esses atos violentos vêm progressivamente se alastrando, passando a ocupar espaços antes protegidos.
É por essa razão que muitos governos reconhecem a violência como um fato presente, como parte de nossas vidas cotidianas. Esse fato encontra-se fortemente entrelaçado na trama das relações sociais.
Cônscia da gravidade de tal situação, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO aceitou o desafio de contribuir para mudá-la, incentivando também o desenvolvimento de uma Cultura da Paz.
Essa iniciativa vem sendo implementada por meio da consolidação de valores democráticos e da defesa intransigente dos direitos humanos. Incluída também nesse desafio está a defesa de condições de vida mais justas para todos.
Ao longo das últimas décadas, o Brasil vem se apresentando como um exemplo desse fenômeno de profunda desigualdade e exclusão social. Muitos estudos identificaram essa situação no Brasil, onde os atos de violência ocorrem em números alarmantes. Os jovens brasileiros, principalmente os de idades entre 15 e 24 anos, são a faixa populacional mais exposta à violência, quer como vítimas ou como agentes. Em termos de mortes causadas pelos fatores chamados de externos (homicídios, acidentes de trânsito e suicídios), os dados quantitativos correspondentes a essa faixa etária são elevados a ponto de colocar os índices brasileiros na terceira posição entre os mais altos do mundo.
As escolas brasileiras não são imunes a essa violência. A escola ainda é vista como um dos poucos veículos concretos de mudança e de mobilidade social