Psicologia Social do Trabalho
Afastando-se da tradição da Psicologia Industrial/Psicologia Organizacional, cujo principal interesse são os problemas ligados à gestão (interesse marcado por uma forte aproximação em relação à administração), a psicologia social do trabalho é, dito de uma forma simples, uma psicologia social que se dedica a estudar o processo de trabalho.
Pode-se dizer que a psicologia social do trabalho oferece uma alternativa crítica às abordagens tradicionais da psicologia e resgata o que poderíamos chamar de "temas marginais" do trabalho: desemprego, ação política dos trabalhadores, estratégias de sobrevivência, a vida do trabalhador fora do trabalho.
A delimitação desse campo específico de pesquisa, além da dificuldade de separar as contribuições de diferentes disciplinas produzidas com metodologias diversas, típico problema da Interdisciplinaridade deve enfrentar ainda o resgate de contribuições históricas como proposto por Giovanni Berlinguer ao retomar as contribuições de Karl Marx em seu livro "A saúde nas fábricas" 1 ..."O capital passa por cima não somente dos limites máximos morais da jornada de trabalho, mas também dos puramente físicos. Usurpa tempo necessário para o crescimento, o desenvolvimento e a sã conservação do corpo. Furta o tempo que é necessário para consumir ar livre e luz solar. Diminui o tempo das refeições. Reduz o sono a tantas horas de torpor quando se tornam indispensáveis para o revivamento de um organismo absolutamente esgotado"...(Marx, O Capital apud Berlinguer o.c.)
Observe-se que a maioria dos problemas acima enunciados fizeram e ainda fazem parte movimento operário e luta sindical, nessa perspectiva a psicologia social do trabalho confunde-se com a psicologia comunitária e sobretudo com uma psicologia política ou análise dos fenômenos políticos a partir dos aspectos psicológicos da