Psicologia positiva
Propostas estratégicas da Psicologia Positiva para a prevenção e regulação do stress
LUÍS MIGUEL NETO (*) HELENA ÁGUEDA MARUJO (***)
INTRODUÇÃO
Os objectivos e interesse em cruzar duas literaturas científicas do mesmo domínio disciplinar, mas de natureza distinta, como a da psicologia positiva e a do stress, têm a ver com a evolução histórica recente da obra de alguns dos autores e investigadores mais salientes da Psicologia contemporânea, nomeadamente Martin Seligman e Mihaly Csikszentmihalyi (Seligman & Csikszentmihalyi, 2000). Os conteúdos conceptuais e metodológicos propostos por estes autores, e alguns outros que com eles aparecem associados, perspectivam um posicionamento inovador que pode ser sintetizado pela interrogação seguinte: “Em que direcção é que queremos que a Psicologia vá?” Subjacente, está o pressuposto de que o progresso científico
(*) Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, Portugal. Universidade Aberta, Lisboa. E-mail: neto@fpce.ul.pt (**) Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, Portugal. Email: lenaamarujo@yahoo.com
não se desenvolve de motu próprio. Tal progresso requer, inevitavelmente, decisões e escolhas dos elementos integrantes da comunidade científica, por vezes utilizando critérios reconhecidos como inteligíveis e válidos por essa mesma comunidade mas também, outras vezes, capazes de superar “visões em túnel” conjunturais e historicamente determinadas. Por isso, implica necessariamente capacidade de renovação e... muita coragem. Com estes pressupostos que, em nosso entender, reflectem as características mais abrangentes e marcantes da emergência recente da psicologia positiva, iremos propor, a dois tempos, uma genealogia de influências conceptuais e apresentar três estudos de casos, os dois primeiros retirados da literatura e o terceiro da prática profissional dos autores. A aproximação à