psicologia juridica
Apesar dos obstáculos, pode-se constatar conforme Jorge Trindade: “Direito e Psicologia são duas disciplinas irmãs que nascem com o mesmo fim e compartem o mesmo objeto de estudo: o homem e seu comportamento”. E ainda: “ (...) Direito e Psicologia estão condenados a dar as mãos; que a Psicologia é fundamental ao Direito e,mais que isso, essencial para a justiça”. (p. 40).
Para Groth-Marnat (2003), o momento da realização das inferências e das generalizações sobre os dados brutos é aquele considerado como o mais delicado e o mais propenso a críticas. É importante discriminar esta discussão dos dados em relação à questão legal do ato de julgamento da questão jurídica − função que caberia exclusivamente ao juiz. Ao psicólogo cabe apresentar uma “visão técnica” do caso, que poderá vir a ser questionada pelo princípio jurídico do contraditório e da ampla defesa.
Melton e colaboradores (1997) consideram esta mudança de foco como o maior desafio para os profissionais acostumados à área terapêutica. A própria formação acadêmica dos psicólogos reforça a visão clínica e leva muitos profissionais, durante o processo de avaliação forense, a fazer intervenções que procuram gerar mudanças no avaliando, com enfoque terapêutico. Tais procedimentos não só serão limitados em seus efeitos, por estarem em um contexto impróprio ao seu uso, como impedirão a possibilidade de construir um conjunto de dados consistentes para fundamentar suas conclusões, criando situações de conflito ético de difícil solução, principalmente quanto ao nível de confidencialidade. Mesmo assim, os referidos autores salientam que a orientação não é a