Psicologia hospitalar de apoio breve a paciente com câncer
Freud, em 1914, em seu livro "Sobre o Narcisismo: uma introdução", já definia bem o sentimento de um indivíduo atormentado pela dor: "deixa de se interessar pelas coisas do mundo externo porque não dizem respeito ao seu sofrimento; (...) enquanto sofre, deixa de amar".
A doença é vista pelo indivíduo como uma ameaça do destino. Ela modifica a relação do paciente com o mundo e consigo mesmo. Desencadeia uma série de sentimentos como impotência, desesperança, desvalorização, temor, apreensão... É uma dolorosa ferida no sentimento de onipotência e de imortalidade.
Visando minimizar o sofrimento previsto por Freud nos pacientes com câncer e de sua família, a psicoterapia de apoio proporciona mudanças de comportamento e alívio dos sintomas, trazendo de volta a autoestima e o bem estar do paciente, contribuindo para que o seu estado emocional não interfira no sucesso do tratamento, tanto cirúrgico, quanto químio e radioterápico.
A psicoterapia utilizada para pacientes com câncer é a Psicoterapia Hospitalar de Apoio Breve que é um tratamento de natureza psicológica, de inspiração psicanalítica, de pouca duração, que busca obter uma melhora na qualidade de vida em curto prazo. O trabalho do psicólogo é focal centrando-se no sofrimento e nas repercussões da doença no paciente e na hospitalização, associados a outros fatores como forma de vida, forma como ele assimila a doença e seu perfil de personalidade.
A importância do acompanhamento psicológico O acompanhamento psicológico visa minimizar o sofrimento do paciente e de seus familiares. Tornando necessários cuidados especiais para que seu estado emocional não seja uma possível “barreira” para o sucesso do tratamento de câncer, porque os pacientes que sofrem com essa doença em sua maioria apresentam um grande grau de sofrimento alto, e a desinformação pode ser uma grande contribuição para o sofrimento.