Psicologia extraordinária
As concepções sobre o homem e o seu processo de aprendizagem/desenvolvimento têm sido compreendidas a partir de variadas perspectivas e sob o olhar teórico-filosófico tanto das ciências naturais e biológicas quanto das ciências humanas e sociais, fato que imprime um teor polêmico para a questão, pois o indivíduo é reconhecido ora como um ser natural ora como um ser social e histórico. Diante disso, este artigo propõe-se apresentar as concepções de quatro autores fundamentais - Skinner, Piaget, Vygostki e Wallon - que influenciaram sobremaneira as compreensões do humano ao longo do século XX.
Na elaboração desse artigo não houve a preocupação em apresentar os autores numa cronologia histórica, mas sim identificá-los como representantes das ciências naturais e biológicas ou representantes das ciências humanas e sociais. Inicia-se com os conceitos principais de J. B. Skinner, seguido de J. Piaget - que são considerados representantes das ciências naturais, e finaliza-se com a apresentação dos principais conceitos de L. S. Vygostki e H. Wallon - representantes das ciências humanas e sociais.
Pretende-se, ainda, criar condições de aprofundamento acerca das teorias pela via da sua superação por incorporação, como postula a visão dialética de ciência, tendo em vista o compromisso com o constante desenvolvimento do conhecimento científico. J. B. Skinner: conceitos fundamentais do behaviorismo radical
O norte-americano J. B. Skinner (1904-1990), com suas raízes fincadas no funcionalismo, enfatiza a importância do rigor metodológico e da experimentação no processo de conhecimento dos fenômenos. Apesar de não ter sido o fundador do behaviorismo, tarefa realizada por J. B. Watson (1878-1958), Skinner é o responsável pela ampliação dessa concepção ao propor e construir o behaviorismo radical.
O denominado behaviorismo radical de Skinner enfatiza o comportamento humano como objeto de estudo, valorizando os comportamentos observáveis do organismo,