Psicologia Evolutiva
Por Thaís Vitale, especialista em Língua Portuguesa e Literatura
José Maria Eça de Queirós (1845 - 1900) é, ao lado de Camões e Fernando Pessoa, um dos grandes nomes da literatura portuguesa. Por muito tempo, não se soube muito sobre a sua vida. O próprio escritor não revelava detalhes sobre suas origens e chegou a afirmar: “Eu não tenho história, sou como a república do Vale de Andorra.”
Sua carreira literária iniciou-se aos 21 anos, em Lisboa, com a escrita de folhetins. Escreveu em jornais e exerceu a função de diretor de um jornal de oposição de Évora, o Districto de Évora. Devido ao trabalho no jornalismo, pôde observar de perto a realidade portuguesa (o mundo oficial, burguês, doutrinário), o que lhe permitiu retratar o real em sua obra.
Para criticar a sociedade burguesa, escreveu As farpas, com Ramalho Ortigão. Nos textos, criticou o estado político, econômico, social e cultural de Portugal da época.
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Influenciado por outros autores, Eça de Queirós acreditava que Portugal precisava de mudanças
Devido à influência de alguns escritores, como Charles Baudelaire e Gustave Flaubert, e da ligação com um grupo de escritores portugueses liderados por Antero de Quental, Eça de Queirós acreditava que Portugal necessitava de mudanças. Para ele, era papel do artista mostrar a realidade em suas obras e, assim, contribuir para a transformação da sociedade.
Desse modo, com outros autores, foi um dos grandes responsáveis pelo surgimento do Realismo em Portugal, movimento literário que se opõe ao Romantismo e que procura novas formas de interpretar a realidade. No lugar do subjetivismo romântico, o realista trata dos temas relacionados à crítica da sociedade de forma objetiva (inveja, ambição, adultério etc.) e busca fazer uma análise psicológica das personagens para explicar suas atitudes.
Diversas obras de Eça de Queirós foram adaptadas para o cinema e